sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Quem




Quem, diga-me, quem pode julgar alguém?
Que pessoa pode condenar o outro
Sem estar condenado também?
Não, não falo da lei que impõe o claustro,


Falo do hábito infeliz de olhar o erro
Que qualquer um comete,
E causar ao errante seu enterro
Por levar o relacionamento à morte.


Quanta insensatez de espírito!
Esquecer-se das próprias falhas
Para tornar-se um carrasco maldito
Das comuns e reparáveis faltas alheias.


Aquele que julga e condena,
Merece para si a mesma pena,
Pois é mais virtuoso buscar o que de melhor há
Para que o amor altruísta possa ali habitar.


Quem destaca os defeitos de alguém,
Não se dá conta de sua arrogante prepotência,
Porque se enaltece como paladino do bem,
Comparando com a cegueira da própria aparência.


Tolo! Não vês que outros também falam de ti?
Que teu caráter não tem força plena?
Esse teu gesto insano não te permite refletir
Que neste palco da vida não és o diretor da cena.


Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2013