sexta-feira, 5 de julho de 2019

O Amor

Éramos jovens, cheios de sonhos e vitalidade,
Mas não sabíamos o que é o amor.
Não, não sabíamos.
E nos unimos nessa aventura que chamamos de vida,
Eu, seu querido, você, minha querida,
Sem saber o verdadeiro substantivo do verbo querer ora adjetivado.
De que é feita a sua substância?
Não, nós não sabíamos.

O tempo passou tão depressa e nem percebemos.
Na sala de aula de nossa coexistência matrimonial,
Nos tornamos grandes amigos.
Estudamos juntos nossas lições, com nossos acertos e erros.
Às vezes, nas provas, tiramos dez e festejamos juntos.
Noutras, tiramos zero e igualmente juntos choramos.
E foi nessa lida que vivemos o amor sem saber o que ele era.

Ele nasce despretensioso, tijolo por tijolo,
Mas a sua base sólida não é aparente.
A sua raiz começa pequena e se fortalece,
Cresce para sobreviver ao passo que o tempo passa,
Que as diferenças afloram e as imperfeições causam feridas.
Mas que batalhas são travadas sem dores?
Que lembranças alegres não ocultam dissabores?

Então descobrimos que quem ama quer a felicidade do outro,
Mas quem ama muito quer ser a razão dessa felicidade.
Um bem querer que se faz querido, e mais além.
Um motivo verdadeiro para dizer eu te amo, seu bem.


Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 26 de maio de 2019