terça-feira, 31 de março de 2015

Outra Chance



Uma vez mais, apenas uma vez.
A chance perdida diante da vida
Transformando o certo agora em talvez.

Será que a sorte ainda sorri?
Será que o erro pode ter seu enterro?
Que descanse em paz para a esperança florir.

E como ter paciência no infortúnio
Se os estragos estão em campos largos?
Uma passagem escura em solitário túnel.

Sim, somente isto é o que resta,
A dor, o lamento, o vazio em eterno tormento
A cobrir de ausência a tão desejada resposta.

Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 25 de março de 2015

Tornado



Ainda estranho sobremaneira
Como em um rompante momentâneo
A cegueira destrói anos de edificação.

Tijolo por tijolo, erguida por inteira
Sobre uma base não visível
A ausência de terrível solidão.

Imagina-se sua solidez
Pela beleza arquitetônica
E pela resistência à passagem do tempo,

Mas tudo se desmorona de vez
Diante da impulsiva e trágica
Devastação envolta de turvo pó.

Escombros, restos inutilizáveis
De uma vida que foi ao chão de repente,
Construída outrora com suor e tolerância.

Fica a expectativa de um talvez,
A esperança de se edificar tudo novamente,
Outra matéria de mesma essência.

Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 25 de março de 2015