Vejo o caminhar lento
E a voz já cansada,
A memória que se evade.
Vejo o olhar já não atento,
E a pele fina quase sem vida
A revelar o peso penoso da idade.
Vejo os fios descoloridos
E o dorso encurvado para o solo
A anunciar a chegada do descanso involuntário.
Vejo, enfim, o silêncio dos esquecidos
E a transformação do sábio em tolo
A fazer do tempo um amigo imaginário.
Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2015