Eu sou de junho,
Nem começo nem fim,
Projeto transitório, inacabado,
Longe e perto mesmo assim,
Passado e futuro lado a lado.
Eu sou de junho,
Nem nascente nem poente,
No curso entre a cabeceira e a foz,
Equinócio e solstício do que se sente
Entre o som e o calar da voz.
Eu sou de junho,
Nem partida nem chegada,
Reticências entre o dito e o não dito,
Algo entre o tudo e o nada
Em permanente movimento.
Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 08 de março de 2021.
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