segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Angústia de Cada Dia


Amanhece, e uma porta de possibilidades se abre diante de mim.
Desperto a mente como um vulcão ativo
Para realizar mil coisas sem fim,
Coisas que me fazem sentir mais vivo.

Penso então em tudo isso que associa
Responsabilidade, compromisso e desejo.
Vem daí um sentimento que me angustia
Como o pássaro que faz a escolha no realejo.

Nesse embate entre o prazer e o dever cumprido,
A escolha não alivia o sentimento
De que algo ficou perdido
Ou não recebeu o necessário alimento.

A noite vem e com ela a certeza
De que o tempo conspirou contra mim.
Minha alma oscila entre a carência e a riqueza,
Carregando consigo um sentimento ruim.

Exausto, busco o descanso que me é imposto
Pelo corpo que inconscientemente sabe
Da necessidade que se sobrepõe à do espírito,
Do sono que vem para que a lucidez não se acabe.

E luto, e resisto bravamente no afã
De realizar o último ato que o corpo adia.
Sinto meus olhos então se fecharem no divã
E uma voz me dizendo baixinho: "amanhã será um novo dia".


Carlos Bianchi de Oliveira
26 de setembro de 2012

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