Amanhece, e uma porta
de possibilidades se abre diante de mim.
Desperto a mente como
um vulcão ativo
Para realizar mil
coisas sem fim,
Coisas que me fazem
sentir mais vivo.
Penso então em tudo
isso que associa
Responsabilidade,
compromisso e desejo.
Vem daí um sentimento
que me angustia
Como o pássaro que
faz a escolha no realejo.
Nesse embate entre o
prazer e o dever cumprido,
A escolha não alivia
o sentimento
De que algo ficou
perdido
Ou não recebeu o
necessário alimento.
A noite vem e com ela
a certeza
De que o tempo
conspirou contra mim.
Minha alma oscila
entre a carência e a riqueza,
Carregando consigo um
sentimento ruim.
Exausto, busco o
descanso que me é imposto
Pelo corpo que
inconscientemente sabe
Da necessidade que se
sobrepõe à do espírito,
Do sono que vem para
que a lucidez não se acabe.
E luto, e resisto
bravamente no afã
De realizar o último
ato que o corpo adia.
Sinto meus olhos
então se fecharem no divã
E uma voz me dizendo
baixinho: "amanhã será um novo dia".
Carlos Bianchi de Oliveira
26 de setembro de 2012
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