sábado, 20 de outubro de 2012

Pensamento que Voa


Daqui de cima tudo parece sem sentido,
Sobrevoando o planeta num voo qualquer.
Não vejo pessoas, o mundo é tão árido
De esperanças, angústias e fé.

Meu pensamento vaga com o olhar fixo
Na janela que serve de portal
Entre o abrigo no céu e o precipício
A me lembrar que sou mero mortal.

Na dependência das duas máquinas
Que me conduzem a um destino,
Reconheço que as mil esquinas
São um mosaico desse meu desatino.

E o voo numérico exprime um quê de lógica
À pressa pela qual sou levado.
Tudo se movimenta na velocidade cínica
De recuperar algum estranho tempo perdido.

Orgânica poeira na expansão cósmica,
Penso no que somos afinal.
Tantas vidas, tanta história que vai e fica,
E essa maldita dúvida abissal.

Carlos Bianchi de Oliveira
18 de outubro de 2012

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