segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Marcas do Tempo


Trago em meu rosto a história
De toda uma vida que se passou,
Mas que permaneceu retida na memória.

São marcas, impressões do que fui,
Inacabadas pelo que ainda sou
Nesse ato contínuo que ainda flui.

Veja este meu sorriso cansado,
Sobrevivente da dor de outrora,
Carregando consigo o peso do enfado.

Ele permanece assim reprimido
Pela lágrima que não chora
Para que o eco do passado não seja então ouvido.

E esta minha expressão serena
É na verdade a consciência das razões relativas,
Pois nenhuma existência em si é plena.

Chamam a experiência de sabedoria,
Mas os conselhos são tolas tentativas
De conter a falsa liberdade que se cria.

Por fim, cada um produz em si as suas linhas.
Eu tenho então este mosaico de mim:
Imagens das imagens que nunca estão sozinhas.


Carlos Bianchi de Oliveira
7 de novembro de 2012

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