Às
vezes, pergunto-me por que insisto em escrever
Se
não há quem se interesse em ler,
Se
não deixam marcas estas líricas parcas
Que
arrancam sempre um pedaço de mim,
Como
a dor de Prometeu que nunca tem fim.
Se
sofro, por que ainda assim componho?
Parece
uma tormenta, algo sinistro, medonho,
Como
o náufrago que pede socorro vago
No
meio do oceano árido de humana vida,
Sendo
a própria voz a única por ele ouvida.
Então,
em fuga, busco meu isolamento,
Em
cárcere, mantenho reprimido meu pranto,
Minha
maldita e incompreensível lucidez que grita,
Clama,
berra, implora para voltar à luz
Na
poética inspiração que a vida produz.
Num
dado momento sinestésico de sublimação provocada,
Fraco,
liberto as palavras como pássaros em revoada,
E
contemplo o que se faz matéria da profusão etérea
De
sentimentos inacabados de um pobre moribundo,
Condenado
a ser poeta para si mesmo neste vasto mundo.
Carlos
Bianchi de Oliveira
Rio
de Janeiro, 12 de março de 2013
Parabéns... Lindo!
ResponderExcluirSomos sempre nossos primeiros leitores. E como é fundamental tomarmos um tempo para compor para nós mesmos.
Kelly,
ResponderExcluirObrigado por seu comentário, que me motivou a continuar seguindo o caminho da arte de escrever para tentar descrever o que sentimos no íntimo.
Um grande abraço.
Carlos