quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Cartas Mortas


Aquele momento especial
Em que uma simples folha de papel
Se transformava num tesouro
E cobria distâncias guardando seu mistério,

Aquele momento não existe mais.
Perdeu-se o romantismo de tempos atrás
Das letras cursivas pacientemente desenhadas
Em superfícies por vezes perfumadas.

Perdeu-se a intensidade da palavra saudade,
A esperança na expectativa da resposta ansiada.
Tudo hoje é instantâneo, lépido,
Efêmero como chama que arde.
Não há lembrança, suspiro, compromisso, nada.

Aquelas palavras estão sepultadas,
Esquecidas em gavetas pelo tempo envelhecidas
Com as almas que por elas por longo tempo ficaram unidas.
E suas histórias, como lápides, em laudas, eternizadas.

Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 15/01/2014





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