terça-feira, 11 de novembro de 2014

Ela

E ela mais uma vez apareceu.
Amarga, como sempre,
Teve sua presença indesejada.

Um pesar compartilhado, meu e seu,
Revela um destino que se cumpre
Quando tudo vira nada.

E ela zomba de nós sarcasticamente,
Ri do pranto revelado
Pela dor profunda sem consolo.

Dissimulada, ela mente,
Pois não tem o desejo saciado
E se achega com obscuro dolo.

Maldita! Por que nos visita?
Deixe-nos em paz!
Suma, não volte mais!

Não há mal que nos atormente
Maior que essa danada
Que vem de assalto, de repente,
Sorri, abate e mata.

Carlos Bianchi de Oliveira

Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2014

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