Se falo da vida desse jeito,
Não pense que eu não tenho prazer
nela,
Que eu desprezo a batida cadenciada do peito
E a contemplação da imagem que
a íris anela.
Apenas me causa estranhamento
O desejo mórbido na mente
humana
A corroer em compasso
lento
A paz que a torna bela e plena.
Não é a natureza telúrica que me incomoda
Mas o que carregamos em nosso espírito.
Um instinto cruel de fera acuada
Pronta para o ataque sangrento.
Não há diálogo
ou tolerância
Apenas ambição e
egoísmo
sobejos,
Capazes de todo tipo de violência
Por causa de animalescos desejos.
Como confiar na raça humana
Se o bem e o mal coabitam em latência?
Se a compaixão
que do peito emana
É
sucumbida pela insana prepotência?
A mão
que diante de nós
se estende
Não
revela as intenções
verdadeiras
Se é
amiga sincera e presente
Ou ferina com garras rapineiras.
Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário