segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Visão de Mundo

Se falo da vida desse jeito,
Não pense que eu não tenho prazer nela,
Que eu desprezo a batida cadenciada do peito
E a contemplação da imagem que a íris anela.

Apenas me causa estranhamento
O desejo mórbido na mente humana
A corroer em compasso lento
A paz que a torna bela e plena.

Não é a natureza telúrica que me incomoda
Mas o que carregamos em nosso espírito.
Um instinto cruel de fera acuada
Pronta para o ataque sangrento.

Não há diálogo ou tolerância
Apenas ambição e egoísmo sobejos,
Capazes de todo tipo de violência
Por causa de animalescos desejos.

Como confiar na raça humana
Se o bem e o mal coabitam em latência?
Se a compaixão que do peito emana
É sucumbida pela insana prepotência?

A mão que diante de nós se estende
Não revela as intenções verdadeiras
Se é amiga sincera e presente
Ou ferina com garras rapineiras.

Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário